Publicado no Correio Braziliense 24/01/2011
Fortaleza
e Salvador — No auge do verão, um fenômeno do entretenimento sacode o
Nordeste. Não se trata de uma banda de forró, de um carnaval fora de
época, de uma nova cantora de axé ou algo do gênero, mas de um grupo de
teatro brasiliense, a Cia. de Comédia Melhores do Mundo. Criada há 16
anos, a trupe provou no último fim de semana que sua fama e carisma
ultrapassaram as fronteiras da capital federal. “Brasília não tem
dimensão ainda do que significamos fora da cidade. É impressionante o
que a gente vem conquistando de público país afora, nesses últimos
anos”, comenta o ator Victor Leal, um dos integrantes da companhia, que
de sexta até ontem se apresentou em Fortaleza e Salvador.
Só
na capital cearense, a trupe arrebatou público de 4.200 pessoas em uma
única apresentação, no Siará Hall, na sexta. Do lado de fora da casa de
espetáculos, tinha-se a impressão de que um grupo de rock ou um ídolo
teen estava por ali, tamanho o frisson dos espectadores. “Nosso maior
público em um único dia é em Fortaleza, porque esse local abriga grandes
eventos mesmo. E é sempre uma imensa responsabilidade estar lá, pois a
cidade é considerada a capital do humor nacional. Certa vez, em 2008,
ficamos sabendo que boa parte dos humoristas de Fortaleza tinham
cancelado os seus espetáculos só para poder nos assistir”, comenta o
ator Ricardo Pipo.
Em
Salvador, onde Os Melhores fez três sessões lotadas sábado e ontem —
sendo uma extra — no histórico Teatro Castro Alves, o rebuliço não foi
diferente do que se viu no Ceará. “A agenda cultural de Salvador está
bombando porque estamos em pleno verão, às vésperas do carnaval, e mesmo
assim conseguimos lotar e ainda abrir sessão extra. É bastante
expressivo conseguir levar um público de quase 9 mil pessoas em um único
fim de semana, juntando as apresentações da Bahia e de Fortaleza”,
comemora o produtor do grupo, Carlos Henrique.
Sexo
A peça que abre a temporada d’Os Melhores do Mundo em 2011 tem nome convidativo e currículo expressivo: Sexo, a comédia, considerado o espetáculo mais assistido da história de Brasília. Desde sua estreia em 1996, foi vista por cerca de 350 mil pessoas em todo o Brasil. “É uma das peças mais importantes do nosso repertório. O próprio nome já desperta a atenção, mesmo de quem não sabe que somos nós que estamos apresentando. E quando as pessoas descobrem, aí é um Deus nos acuda. O resultado é sempre fantástico”, comenta o ator Welder Rodrigues.
A peça que abre a temporada d’Os Melhores do Mundo em 2011 tem nome convidativo e currículo expressivo: Sexo, a comédia, considerado o espetáculo mais assistido da história de Brasília. Desde sua estreia em 1996, foi vista por cerca de 350 mil pessoas em todo o Brasil. “É uma das peças mais importantes do nosso repertório. O próprio nome já desperta a atenção, mesmo de quem não sabe que somos nós que estamos apresentando. E quando as pessoas descobrem, aí é um Deus nos acuda. O resultado é sempre fantástico”, comenta o ator Welder Rodrigues.
Sem
dúvida, o nome da montagem, que traz no elenco quase todo o grupo, com
exceção da atriz Adriana Nunes, é curioso e, claro, dá margem a
brincadeiras e trocadilhos que a trupe adora. “Já fizemos Sexo em Belo
Horizonte? E São Paulo, foi bom? Nossa, hoje vamos fazer Sexo com 4 mil
pessoas. Sexo costuma durar uma hora e meia, mas quando estamos
empolgados....”, brinca o ator Adriano Siri.
O
espetáculo, criado inicialmente com nove esquetes, ficou mais enxuto e
hoje é encenado com quatro. Foi escolhida como peça de trabalho de 2011.
Cenário e figurinos simples facilitam as viagens e o texto, mesmo
tratando de um assunto, digamos, picante, não apela para baixarias e
pornografia. Isso sem falar nos improvisos dos atores com as piadas
regionais.
Logo
que chegam a uma cidade, a turma trata de se informar sobre
peculiaridades locais, como o time que está em alta no campeonato, o
político mais corrupto da região ou até mesmo onde fica a “zona” do
município. “A gente faz uma busca na internet e também pede ajuda para
os produtores locais, para o motorista da van, para o recepcionista do
hotel. É uma marca do nosso grupo regionalizar as piadas. Nos aproxima
mais do público e sai de uma maneira bem natural, apesar do improviso”,
analisa o ator Jovane Nunes, que levou o pequeno filho Leonardo, 2 anos,
para a turnê no Nordeste.
Em
quase 16 anos de carreira, o grupo já rodou por 25 capitais
brasileiras. Faltam apenas duas, que serão incluidas no roteiro ainda
este ano: Macapá (AP) e Boa Vista (RO). “Nenhum artista brasileiro
conquistou esse feito até hoje. Nem Chico Anysio”, revela Pipo. Outra
novidade para 2011 é que todos os atores estão tendo aulas de espanhol e
inclusive, um dos textos, Hermanoteu na terra de Godah, já foi
traduzido para esse idioma. “A gente tem intenção de viajar por países
da América do Sul e quem sabe, um dia, até encenar para os brasileiros e
hispanos que vivem nos Estados Unidos. Estamos sempre tendo ideias
novas não só para nos divertir, mas também para entreter o público. É
assim que a gente leva a nossa vida e nosso trabalho”, resume Victor
Leal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário