RUMO AO PLANETA GARGALHADA

Registro de processo de pesquisa
sobre perfil da Cia. de Comédia
Os Melhores do Mundo,
para a Coleção Brasilienses

domingo, 8 de abril de 2012

O jogo de Cena - 1985

Era o ano de 1985 e um grupo de atores, produtores e pensadores culturais da cidade, preocupados com a constância com que a classe artística brasiliense batia na mesma tecla da falta de espaço para apresentação de produções e da ausência de incentivos para a área, decidiu criar, um espetáculo que permitisse a participação de todos os criadores. Foi assim que, na primeira semana de agosto de 1985, a já falecida atriz Cristina Borracha subiu ao palco do Teatro Galpãozinho (hoje Espaço Cultural Renato Russo) e abriu a primeira apresentação do Jogo de Cena.    
    A idéia era de uma simplicidade tão engenhosa que tinha todos os elementos necessários para funcionar. Durante cerca de duas horas, eram chamados ao palco todos os atores, dançarinos, músicos e artistas plásticos que, em pouco mais de 10 minutos, pudessem mostrar trecho da obra na qual estivessem trabalhando no momento. Desta forma, um diretor de teatro em período de ensaio, com estréia marcada, sabia que tinha um local certo onde anunciar o seu produto e testar a reação do público, já que um pedaço da peça subiria ao palco do Galpãozinho.    
      Desta forma, os artistas podiam se exercitar diante da platéia e os produtores podiam vender o produto, escapando da miséria dos meios de comunicação da cidade que, de maneira geral, fria e desprezível, torcem o nariz para o que Brasília produz para o mundo das artes e dos espetáculos. Além disto, havia um outro aspecto muito positivo: finalmente, os jovens brasilienses, que se sentiam abandonados numa cidade onde havia menos ainda para se fazer do que os supostamente animados dias de hoje, passaram a ter endereço certo e periódico: a 508 Sul.    
    Passados 21 anos, o Jogo de Cena já mudou de casa algumas vezes, acompanhando o sabor das circunstancias e o andar da carruagem. Do Galpãozinho, que acabou se tornando pequeno, ele passou para o Teatro da Escola Parque. Foi, em seguida, para o Teatro Garagem, depois para a aveludada Sala Martins Penna e, finalmente, estacionou-se no Conjunto Cultural da Caixa Econômica.    
      É no palco do no Conjunto Cultural da Caixa que dois atores, Welder e Pipo, donos da capacidade admirável de arrancar gargalhadas a partir de microfonia, erro de texto ou ruídos vindos da platéia, têm comandado o espetáculo destes últimos anos. O propósito continua o mesmo: quem tiver espetáculo que vai entrar em cartaz por estes dias, quem quiser mostrar a música que anda fazendo com a banda, as bailarinas que se coçam por apresentar a coreografia recém saída do forno, todos têm a vitrine do Jogo de Cena, que funciona, mensalmente, como uma feira cultural ou um show room de produções brasilienses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário