RUMO AO PLANETA GARGALHADA

Registro de processo de pesquisa
sobre perfil da Cia. de Comédia
Os Melhores do Mundo,
para a Coleção Brasilienses

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Os Melhores


Foto: Ricardo Labastier

Livro que conta a saga da principal companhia de teatro do DF, um dos volumes da Coleção Brasilienses, será lançado 21 de agosto

GABRIEL DE SÁ

O ano de 2006 está circulado em vermelho na trajetória da companhia de comédia brasiliense Os Melhores do Mundo. Um esquete do personagem Joseph Klimber, apresentado no Programa do Jô, foi postado no YouTube sem o grupo saber. Dois meses depois, atingiu a marca de 1 milhão de visualizações. Àquela altura, os atores Welder Rodrigues e Adriana Nunes, que davam vida ao casal Jajá e Juju, já estavam bombando no Zorra total, mas ainda não eram associados ao grupo de Brasília do qual faziam parte.
É a partir deste momento que começa a escalada da companhia, o maior sucesso teatral do DF, rumo ao estrelato nacional. E é deste ponto, também, que o jornalista e dramaturgo Sérgio Maggio inicia o livro Os Melhores do Mundo — A festa do riso, que detalha a vitoriosa carreira de Welder, Adriana, Adriano Siri, Jovane Nunes, Ricardo Pipo e Victor Leal, todos radicados em Brasília. “Hoje, eles são o maior grupo de comédia do Brasil”, afirma Maggio, convicto. Ao seis atores, somam-se outros dois “protagonistas”: o produtor Carlos Henrique, o Zizica, e o diretor técnico Marcello Linhos, partes fundamentais da família teatral.
Maggio foi convidado a escrever o livro no começo do ano passado. Foram seis meses de labuta, entre a pesquisa e o colocar a saga no papel. Para a empreitada — um “desafio pessoal”, segundo o jornalista —, ele contou com a assistência de Lúria Rezende. A Coleção Brasilienses, que chega a seu quinto volume, já reverenciou outros cidadãos ilustres da cidade: Nicolas Behr, Roberto Corrêa, Luiz Humberto e “os criadores” Athos Bulcão, Burle Marx, Lucio Costa e Oscar Niemeyer.
“Ficamos muitos felizes e emocionados com a homenagem. Foi uma forma de relembrar nossa trajetória. Fazer parte de uma coleção que homenageia pessoas de destaque da cidade é uma honra. Sérgio e a equipe fizeram um excelente trabalho de pesquisa e a forma como ele escreveu o livro é muito interessante”, destaca o comediante Victor Leal. “Os Melhores não esperavam ter que colocar essas memórias em dia”, brinca o dramaturgo.
Para o perfil biográfico, Maggio recorreu a uma narrativa chamada por ele de “teatro documentário”. O livro foi escrito como o roteiro de uma peça. “Não queria ficar só com os oito do grupo. Resolvi, então, ampliar as vozes. No total, entre personagens fictícios e reais, cerca de 70 ‘pessoas’ aparecem”, descreve ele. “Me imaginei sentado em um teatro”. Maggio fez sua “investigação” no Centro de Documentação do Correio Braziliense, e visitou também o acervo de outros veículos e dos próprios integrantes do grupo. Além disso, o material disponível na internet foi fundamental para a pesquisa, registrada no blog www.rumoaoplanetagargalhada.blogspot.com.

Cronistas e críticos

O embrião do Melhores começa a surgir em meados dos anos 1980, momento de transição entre a ditadura militar e a democracia, com o encontro artístico de Welder e Pipo. “A arte foi uma das formas de ocupar a cidade. Tínhamos o rock, o teatro as artes plásticas. Havia efervescência e liberdade para o amadorismo. Não tinha parâmetros. As pessoas podiam arriscar”, explica Maggio. É neste contexto que a dupla começa a se apresentar, dentro da programação do mosaico Jogo de Cena, organizado por James Ferstenseifer.
Em paralelo, a atriz Adriana Nunes percorre escolas da Asa Norte com suas peças. Ela se junta à dupla e eles aparecem como grupo em 1991, com a montagem A culpa é da mãe — nome adotado por eles por alguns anos. Os outros integrantes foram chegando aos poucos e, em 1995, atingiram a atual formação, mudando o nome para Os Melhores do Mundo, simbolicamente em 21 de abril.
 Maggio mantém uma relação extra-profissional com alguns dos atores. Contudo, a amizade começou de “forma trincada”, quando, no começo dos anos 2000, ele criticou negativamente uma peça paralela de Welder e Pipo. “Depois, fui descobrindo as várias facetas deles, a comédia cronista e crítica”, comenta o jornalista.
O livro, cujo projeto gráfico é de Chico Amaral, traz um ensaio fotográfico em preto e branco e uma história em quadrinhos inédita feita pelo grupo para a publicação. Além disso, fotos e cartazes de várias épocas ajudam a contar a saga dos Melhores. “É uma parte da história do teatro de Brasília, uma cidade com poucos registros e uma bibliografia parca”, analisa Maggio. O lançamento acontece hoje, no ParkShopping, e conta com uma palinha do megassucesso Joseph Klimber.



“Certa vez, um repórter me perguntou se eu me arrependia de ter saído (dos Melhores), posto que hoje eles são o grupo cômico de maior sucesso do país. Dei uma gargalhada e respondi: definitivamente não, tenho orgulho e admiração pelo sucesso deles e acho, sinceramente, que o (Adriano) Siri completou a sinergia necessária para o grupo, inclusive se casando com a Adriana (Nunes) e formando uma família muito feliz. Realmente, um caso de encontro perfeito desses seis”.

Murilo Grossi, ator que assina o prefácio do livro e integrou a companhia em seus primeiros anos.


1 milhão
Número de espectadores entre 2006 e 2011

180 mil
Média de público do grupo por ano

30
Número de vezes que se apresentaram na casa de shows Canecão, no Rio de Janeiro

37
Peças montadas desde o começo da carreira


Os Melhores do Mundo - A festa do riso
De Sérgio Maggio, com fotos de Ricardo Labastier. Coleção Brasilienses. 122 páginas. R$ 35.

Lançamento
21 de agosto, às 19h30, na praça central do ParkShopping (SAI/SO, Área 6580), com o esquete do espetáculo Joseph Klimber. Entrada franca. Classificação livre.

Exposição fotográfica
16 fotos em preto e branco de Ricardo Labastier. De amanhã até 9 de setembro, no Espaço Gourmet do ParkShopping. De segunda a quinta, das 12h às 23h; sexta e sábado, das 12h à 1h; e domingo das 12h às 21h. Entrada franca. Classificação livre.

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